No fim do século XX se iniciou uma revolução biotecnológica, em que novas vertentes da biologia surgiram. A biologia sintética é uma área que ganha destaque desde que surgiu oficialmente, em 2003, e tem suas principais possibilidades de aplicação na indústria, no meio ambiente e na saúde humana. A Bioindústria, especialmente a da biologia sintética, vem oferecendo oportunidades de desenvolvimento de produtos de diversos segmentos. O mercado tem suas particularidades e uma delas é inovação. Se a inovação começa da diversificação, neste sentido, a Biotecnologia não foi diferente. Atualmente seus produtos incluem: comida para gato, cremes para o rosto, e também pneus.
Pneus renováveis, ou pneus verdes, menos ecologicamente danosos dos que os pneus atuais. Nos biopneus, um dos principais ingredientes dos pneus tradicionais, derivado do petróleo, é substituído por um composto derivado de plantas. Hoje, cada pneu fabricado consome 26 litros de petróleo. A cada ano, são produzidos perto de um bilhão de pneus. E ainda não há uma solução definitiva para a reciclagem dos pneus usados.
A solução para a fabricação dos pneus verdes, a partir de matérias-primas renováveis, pode vir da cana-de-açúcar, mas também do milho e até de uma gramínea, a switchgrass, muito pesquisada nos Estados Unidos. O novo processo usa os açúcares derivados da biomassa para produzir um composto químico chamado isopreno, hoje um derivado do petróleo, um dos principais componentes do pneu. .Tem havido uma busca intensiva, há anos, por fontes alternativas de isopreno, em particular a partir de recursos renováveis, como a biomassa. “Um dos desafios técnicos tem sido o desenvolvimento de um processo eficiente para converter os açúcares em isopreno. Nós resolvemos isto utilizando um processo de fermentação baseado em uma cepa de bactérias geneticamente modificadas para converter os carboidratos da biomassa em nosso bioisopreno,” diz McAuliffe, que trabalha para a Genencor, uma empresa de biotecnologia. A empresa agora firmou um contrato com a Goodyear, uma das maiores fabricantes de pneus do mundo, para levar o processo para escala industrial. Exemplo desta tendência, foi o contato firmado entre a Amyris (Empresa de Biotecnologia Sintética- Califórnia- EUA) e a Michelin(Empresa fabricante de pneu- França), para produzir isopreno – blocos químicos usados para fazer borracha sintética.
Considerando a tendência do mercado biotecnológico, a fusão de conhecimento e boas práticas de fabricação parece ser a oportunidade de desenvolvimento de novo michos mercadológicos. A inclinação de mercado é para produtos “verde”, especialmente quando este mercado esta em fase de expansão (representa 1-2% do mercado) com previsões de mais de 1 bilhão de dólares – em 2012, considerando apenas EUA.